MENSAGEM DO PAPA PAULO VI
NA CONCLUSÃO DO CONCÍLIO VATICANO II
NA CONCLUSÃO DO CONCÍLIO VATICANO II
AOS JOVENS
8 de Dezembro de 1965
Aos jovens,
É finalmente a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que
o Concílio quer dirigir a sua última mensagem - pois sereis vós a recolher a tocha das mãos dos vossos antepassados
e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua
história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos
vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou
perecereis com ela.
A Igreja, durante quatro anos, tem estado a trabalhar
para um rejuvenescimento do seu rosto, para melhor responder à intenção do seu
fundador, o grande vivente, o Cristo eternamente jovem. E no termo desta
importante «revisão de vida», volta-se para vós. É para vós, os jovens,
especialmente para vós, que ela acaba de acender, pelo seu Concílio, uma luz:
luz que iluminará o futuro, o vosso futuro.
A Igreja deseja que esta sociedade que vós ides
constituir respeite a dignidade, a liberdade, o direito das pessoas: e estas
pessoas, sois vós.
Deseja em
especial que esta sociedade deixe espalhar-se o seu tesoiro sempre antigo e
sempre novo: a fé, e que as vossas almas possam banhar-se livremente nos seus
clarões benéficos. Tem confiança que vós encontrareis uma força e uma alegria
tais que não chegareis a ser tentados, como alguns dos vossos antepassados, a
ceder à sedução das filosofias do egoísmo e do prazer, ou às do desespero e do
nada, e que perante o ateísmo, fenômeno de cansaço e de velhice, vós sabereis
afirmar a vossa fé na vida e no que dá um sentido à vida: a certeza da
existência de um Deus justo e bom.
É em nome deste Deus e de seu Filho Jesus que vos
exortamos a alargar os vossos corações a todo o mundo, a escutar o apelo dos
vossos irmãos e a pôr corajosamente ao seu serviço as vossas energias juvenis. Lutai contra todo o egoísmo. Recusai dar
livre curso aos instintos da violência e do ódio, que geram as guerras e o seu
cortejo de misérias. Sede generosos, puros, respeitadores, sinceros. E construí
com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados.
A Igreja olha-vos com confiança e com amor. Rica de um
longo passado sempre vivo, e caminhando para a perfeição humana no tempo e para
os destinos últimos da história e da vida, ela é a verdadeira juventude do
mundo. Possui o que constitui a força e o encanto dos jovens: a faculdade de se
alegrar com o que começa, de se dar sem nada exigir, de se renovar e de partir
para novas conquistas. Olhai-a, e encontrareis nela o rosto de Cristo, o
verdadeiro herói, humilde e sábio, o profeta da verdade e do amor, o
companheiro e o amigo dos jovens. É em nome de Cristo que nós vos saudamos que
vos exortamos e vos abençoamos (AAS 58 (1966), p. 8-18).
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